3 abr 2020
Alexandre Abrantes, André Vieira e Vasco Ricoca Peixoto
Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa
Analisámos os dados dos Relatórios de Situação da Direção Geral de Saúde, relativos à epidemia por COVID-19 em Portugal até dia 30 de março. Foram confirmados 8251 casos, dos quais morreram 187 (incidência cumulativa de 80 casos/100,000 habitantes e 2,3 óbitos por 100 casos). 726 (8,8%) foram internados e 230 (2,8%) precisaram de Cuidados Intensivos. As pessoas com mais de 80 anos, foram particularmente afetadas, tanto em incidência como letalidade. Os homens entre os 60 e os 80 anos tiveram incidências mais elevadas e, a partir dos 60 anos igualmente letalidades superiores à das mulheres. As regiões da Beira Baixa, Alto e Baixo Alentejo, Beiras e Serra da Estrela e Médio Tejo, e os 5 municípios Resende, Ovar, Vila Real, Valongo e Porto registam as maiores incidências cumulativas do País. Após o primeiro caso confirmado, até aos dias de hoje, o nº de novos casos cresceu a um ritmo médio de 23%, mas o crescimento percentual diário tem vindo a baixar. A epidemia parece ter um comportamento mais benigno em Portugal do que na Espanha e na Itália, mas mais intensa do que em países como a Coreia do Sul ou Japão. As taxas de internamento em UCI foram diminuindo ate 25 de março provavelmente por se terem critérios mais estritos para esses internamentos. A partir do dia 25 de março verifica-se um aumento da proporção de doentes internados em UCI, paralelo ao aumento da gravidade dos casos, medido pela taxa de letalidade por COVID-19.
Leia aqui o artigo “Um mês em tempos de COVID-19” na íntegra.