28 mai 2020
Afshin Ashofteh e Jorge Bravo
NOVA Information Management School, Universidade NOVA de Lisboa
Na resposta aos surtos de doenças infecciosas, especialistas em planeamento de cuidados de saúde e decisores políticos dependem de modelos epidemiológicos complexos e consistentes com os dados divulgados pelas autoridades oficiais.
Também para definir o plano de ação contra a pandemia COVID-19, os decisores políticos procuraram as opiniões e conselhos de técnicos e especialistas da área da saúde pública e da epidemiologia. Foi com esta preocupação que dois Professores da NOVA IMS, Afshin Ashofteh e Jorge Bravo, publicaram um artigo de investigação no Statistical Journal of the IAOS, intitulado “A study on the quality of novel coronavirus (COVID-19) official datasets”.
Afshin Ashofteh e Jorge Bravo analisaram a qualidade dos dados oficiais disponíveis no âmbito da COVID-19, recorrendo a uma análise estatística comparativa da recolha de dados de uma organização nacional (Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças) e de duas organizações internacionais (Organização Mundial da Saúde; Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças). Numa única investigação, estes Professores da NOVA IMS combinaram ficheiros Excel, técnicas de análise de texto e bases de dados de relatórios oficiais sobre COVID-19, o que permitiu encontrar um perfil preciso para comparações e aumentar o poder analítico do estudo.
No final, fica patente que, à medida que o surto se expandiu e que mais países contribuíram com dados para os repositórios oficiais, os conjuntos de dados das três organizações em análise começaram a apresentar mais erros. Para Afshin Ashofteh e Jorge Bravo, esta descoberta levanta preocupações na comparação de dados e aponta para a necessidade de uma melhor coordenação dos métodos estatísticos. Este estudo oferece ainda um conjunto de dados combinados relacionados com a COVID-19 e um dashboard em que os erros num resultado de medição são mais reduzidos. Os Professores deixam também informações valiosas sobre os possíveis problemas no uso de bancos de dados, se não se examinar cuidadosamente os metadados.
Leia o artigo na íntegra (artigo em inglês).