A Saúde Ocupacional e a Pandemia da COVID-19: Velhos problemas com novos desafios ou novos problemas com velhos desafios?

8 jun 2020

António de Sousa Uva
Especialista em Imunoalergologia e em Medicina do Trabalho
Professor Catedrático da ENSP-NOVA

A atual situação pandémica que vivemos, de que é responsável o Coronavírus SARS-CoV-2, colocou na ordem do dia os aspetos da Saúde Ocupacional (também denominados de Saúde e Segurança do Trabalho) e, nesse contexto, o papel dos profissionais de saúde desses serviços, designadamente dos médicos do trabalho e as suas competências e capacidades no combate à situação que ainda vivemos.

Ler maisA Saúde Ocupacional e a Pandemia da COVID-19: Velhos problemas com novos desafios ou novos problemas com velhos desafios?

Vencer o medo e mudar

7 jun 2020

Francisco Ramos
Economista da Saúde
Professor da ENSP-NOVA

O vírus SARS-CoV-2 conseguiu colocar a saúde em todas as políticas e criar oportunidade para mudanças até hoje impossíveis de concretizar. Vencer o medo, recuperar a confiança e liderar em contexto de incerteza são os requisitos.

A resposta à pandemia foi organizada com base em conhecimento e executada com proporcionalidade e transparência. SNS e forças de segurança lideraram em contexto de incerteza. Portugal tomou medidas a tempo, a população aderiu, os bons resultados estão à vista: achatamento da curva epidemiológica, limites da medicina intensiva nunca atingidos, mortalidade inferior à verificada em muitos países europeus.

Ler maisVencer o medo e mudar

Importância da higiene oral durante a pandemia: o caso das pessoas institucionalizadas

6 jun 2020

Inês Mataˡ, Ana Rita Goes², Maria de Fátima Bizarra³
ˡ Higienista oral, mestranda (2018-2020) em Promoção da Saúde da ENSP-NOVA
² Professora da ENSP-NOVA, coordenadora adjunta do Mestrado de Promoção da Saúde
³ Professora da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

A presente pandemia pelo vírus SARS-CoV-2 desafiou o mundo inteiro, transformando as nossas rotinas e interferindo com as formas habituais de gerir o nosso dia a dia. Além das medidas preventivas preconizadas para a prevenção e controlo da infeção por SARS-CoV-2, tem sido salientada a importância de investirmos noutras medidas de promoção da saúde, como a alimentação e a atividade física.

Ler maisImportância da higiene oral durante a pandemia: o caso das pessoas institucionalizadas

Falam de guerra

5 jun 2020

Danna Krupka
Aluna do 6.º ano do Mestrado Integrado em Medicina da NMS|FCM

Falam de guerra.
De um inimigo invisível.
Invisível é a guerra atrás dessas paredes,
Que se torna casa, mas nunca o vosso lar.
Casas, resumidas a paredes
Sem ninguém a retornar.

Falam de guerra.
Uma guerra sem soldados.
Uma guerra sem armas para lutar
Ou bandeiras brancas a levantar.
Pediriam um cessar fogo imediato,
Mas não há a quem pedir.

Ler maisFalam de guerra

Partilha de dados individuais durante a pandemia: o novo normal?

4 jun 2020

Joana Gonçalves de Sá
Professora da Nova SBE
Coordenadora do grupo de investigação Data Science and Policy

Estas apps, que parecem tão neutras, podem até ser piores do que o soneto, ao agravar comportamentos de risco, aumentar ansiedade e gerar discriminação. Não está provado que funcionam, têm claros riscos éticos e até epidemiológicos e violam o princípio da precaução, de que a União Europeia tanto se orgulha.

A propósito da pandemia actual, multiplicam-se pedidos de dados, novos modelos, “epidemiologistas de bancada”. A premissa parece ser que mais é sempre melhor. Quanto mais dados/modelos/reportagens/debate tivermos, melhor poderemos combater o vírus, informar. “Mas onde está a sabedoria que nós perdemos no conhecimento? Onde está o conhecimento que nós perdemos na informação?” E, acrescento eu a estas palavras de T. S. Eliot, onde está a informação que nós perdemos nos dados?

Ler maisPartilha de dados individuais durante a pandemia: o novo normal?

A comunicação nos tempos de COVID-19

3 jun 2020

Ana Margarida Barreto
Professora da NOVA FCSH
Investigadora do Instituto de Comunicação da NOVA – ICNOVA
Coordenadora do grupo de investigação em Comunicação Estratégica e Processos de Tomada de Decisão (CE&PTD)

A propagação do COVID-19 vive uma fase de estagnação, mas a possibilidade da reversão existe, caso sejam descurados os deveres de recolhimento e de proteção. É necessário continuar a apostar na comunicação, adaptada aos diferentes públicos e aos actuais desafios. Isso implica, entre outras coisas, um acompanhamento contínuo da forma como os portugueses recebem e o que fazem com a informação.

Se no início a aposta incidia numa mensagem belicista, com a comparação da atual situação a uma guerra, tendo em vista a mudança de hábitos com base no medo, hoje a mensagem deve ser sobretudo positiva, incluindo informações sobre a eficácia das medidas projectadas para proteger as pessoas da doença, tanto a nível pessoal, como societal.

Ler maisA comunicação nos tempos de COVID-19

Vulnerabilidade das Pessoas Idosas com Doença Aguda. Há Particularidades na COVID-19?

2 jun 2020

Amália Botelho1,2,a, Bruno Maurício1,b, Cátia Santos1,c, César Magro1,d, Isabel Pulido Valente1,2,a, Miguel Marques Ferreira1,2,b

1 – Nova Medical School (NMS) UC do MIM “O Doente Idoso”; 2 – Comprehensive Health Research Centre (CHRC)
a – Medicina Interna; b – Medicina Geral e Familiar; c – Psiquiatria; d – Fisiatria

1. Vulnerabilidades das pessoas idosas com doença aguda
A vulnerabilidade das pessoas idosas perante doença aguda deve-se a uma variedade de factores, pelo que consideramos indispensável a sua valorização na actuação clínica. Analisamos, de seguida, determinados factores pessoais que contribuem para essa vulnerabilização.

Ler maisVulnerabilidade das Pessoas Idosas com Doença Aguda. Há Particularidades na COVID-19?

O vírus é democrático, a COVID-19 não é

1 jun 2020

Pedro Pita Barros
Professor Catedrático da Nova SBE, Universidade NOVA de Lisboa

Tem sido frequente dizer-se que o vírus da COVID-19 afecta toda a gente e como tal é um vírus democrático. Mas também se tem dito que a COVID-19 aumenta as desigualdades (sociais) existentes. Uma vez mais, como noutras áreas, parece que a pandemia leva a incerteza e a opiniões divergentes, sendo a ciência incapaz de dar uma resposta. Porém, as duas informações não são contraditórias.

De um ponto de vista biológico, o vírus não faz qualquer diferenciação de acordo com características sócio-económicas, regionais, étnicas ou religiosas. Contudo, a probabilidade de contrair a doença COVID-19, de ser infectado pelo vírus, depende de comportamentos e ambientes que são influenciados pelo contexto sócio-económico.

Ler maisO vírus é democrático, a COVID-19 não é

SNS e pandemia: como os sucessos podem iludir as realidades

31 mai 2020

José Fragata
Cirurgião cardiotorácico
Vice-Reitor da Universidade NOVA de Lisboa

No dia 2 de Março, quando se declarou a crise pandémica, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) apresentava já reconhecidas debilidades e aguardava mesmo um significativo investimento prometido pelo Governo.

As dificuldades no acesso dos utentes em tempo útil, as frustrações dos profissionais de saúde pela incapacidade de atualização e de desenvolvimento tecnológico – o corolário do desinvestimento crónico, do abandono pelo pessoal especializado, consequência de uma visão excessivamente politizada da Saúde, que lhe tem dificultado a necessária reforma.

Ler maisSNS e pandemia: como os sucessos podem iludir as realidades

COVID-19: Qual é o risco de ter doença grave, de ser internado, de precisar de cuidados intensivos ou de vir a morrer por COVID-19?

30 mai 2020

Vasco Ricoca Peixoto, André Vieira, Pedro Aguiar, Carlos Carvalho, Daniel Thomas, Alexandre Abrantes, Carla Nunes
Barómetro COVID-19, Escola Nacional de Saúde Pública

A idade é o maior fator de risco para que uma pessoa infetada com o vírus COVID-19 venha a ter doença grave, necessite de internamento, de cuidados intensivos ou venha a morrer, quando separamos o efeito da idade e das comorbilidades. O risco sobe de forma mais importante para as pessoas com mais de 60 anos e especialmente após os 70.

Ler maisCOVID-19: Qual é o risco de ter doença grave, de ser internado, de precisar de cuidados intensivos ou de vir a morrer por COVID-19?